quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Quem é ela??

Gosto muito desses “projetos” gringos tipo: o que as crianças pensam sobre o amor (dae rola um vídeo com um monte de crianças dizendo o que é o amor. So cute!)
Tem também um muito legal de crianças falando sobre Deus, impagável a sinceridade dos pequenos.
Enton hoje resolvi ME propor algo (de longe) parecido: meu olhar sobre minha mãe...
Estranho pensar nisso às vezes e ver como com o decorrer do tempo minha perspectiva em relação a ela mudou.
Na verdade ainda a vejo muitas vezes como um ser encantado, com super poderes (e de fato todas as mães são assim), mas ao mesmo tempo, hoje percebo nela uma fragilidade que dantes não conhecia. Afinal a fragilidade era minha, pq qnd somos crianças é assim mesmo. Precisamos da mão que nos segura pra atravessar a rua, nas compras no supermercado, e no meu caso eu precisava também de um espaço na cama dela, pq debaixo da minha tinha um monstro!
A minha fragilidade fazia dela um super ser, o lugar mais seguro da terra, e mesmo que hoje eu saiba que não tinha nada sob a cama, e que eu ande por todos os lados sem me estarrachar debaixo de um carro, ou também pq agora qnd vou ao mercado, é pra fazer compras pra minha casa...
Tudo isso que me fez adulta, não consegui fazer com que ela perdesse seus super poderes.
Ainda que eu saiba que ela não é perfeita como eu pensava há uns 20 anos atrás, mesmo que eu conheça todos os seus problemas, sonhos e desafetos, é difícil ver a popular transição de filhos que se tornam pais de seus pais.
Vejo o quanto ela precisa de cuidado, e fico assustada.
Noto que ela sente tanta tristeza pq crescemos (eu e meu irmão), e fico triste também.
Percebo que o tempo tem passado, e deixado marcas em seu corpo, que a sua saúde já não é tão polivalente como quando eu nasci, e mesmo que tudo isso me arranque lagrimas, me faça perder o sono, me leve a “incomodar” a Deus, fico fascinada de ver que mesmo diante de tantos sobressaltos, nada disso a fez perder a doçura e a força que ela tem!
Que o mesmo coração que sangra, é aquele que ama incondicionalmente, e o corpo pequenino que outrora nos carregou no ventre tem fibra suficiente pra ir à luta quando precisamos (nós sempre precisamos, obrigado Deus por isso!) e que mesmo que ela já tenha trabalhado muito durante a vida e que em alguns momentos ela pareça inerte, existe nela uma força sobrenatural, um misto de fé e maternidade que ninguém consegue conter, algo tão forte que me prende a ela...
Não existe no planeta valor monetário algum que pague a felicidade que sinto ao ver a alegria dela quando eu vou visitá-la, mesmo que ela tenha que se levantar as 6 da manhã (visitas em horários esdrúxulos, eu faço!), descabelada e com frio pra me dizer: -Oi!
Eu facilmente poderia passar horas a fio sem notar o tempo, conversando com ela...
Por que é mais que amor, é fascinação o que sinto por ela.
Esse é o meu olhar sobre a mamãe, olhar de uma criança que cresceu e não deixou de vê-la maior que as dores do mundo.
E mesmo que hoje eu conheça suas fraquezas, ainda acho que se o monstro do meu quarto voltar, ela sabe como mandá-lo embora!



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